sábado, 16 de fevereiro de 2013

Imagine Hot Louis Tomlinson



IMAGINE HOT COM LOUIS TOMLINSON

NÃO FOI ESCRITO COM ELE, IGNOREM O QUE NÃO TEM A VER

AUTORA: Rhayssa Ruble

Capítulo 01

Moreno, alto, bonito e sensual; talvez ele seja a salvação da minha noite. Chegou, parou, elogiou, e eu disfarcei e fingi que nem notei. A música começou a tocar e automaticamente eu já estava no meio da pista, colocando em prática todas aquelas aulas de dança particulares. Pisquei e lá estava ele na minha frente, corpos centímetros longe um do outro e rostos quase colados. Virei-me de costas e rebolei ao ritmo da música; risos rolaram, ele me puxou para mais perto e não me beijou. Apenas uma provocação para começar a esquentar a noite. As provocações também começaram de minha parte. Vez ou outra eu chegava mais perto, encostava o rosto no dele e nada de beijar. E assim foi por um bom tempo. Cheguei a pensar que não passaríamos daquilo, que sairíamos da balada do mesmo jeito que chegamos: na seca. Só que numa das aproximações ele me beijou no pescoço, do jeito que só se beija quem tem segundas e terceiras intenções. Arranhei seu peitoral, sentindo me arrepiar inteira, ele me puxou pelo cabelo e então nos beijamos. Até então, tudo foi acontecendo no tempo certo. E a cada minuto que passava, o clima esquentava ainda mais. Pouco tempo depois já estávamos rodando a boate, procurando um local mais discreto para ficarmos mais à vontade. Nós dois já estávamos no ponto, mais cinco minutos de provocações e eu não aguentaria, tiraria minha roupa ali mesmo, então eu resolvi sugerir que a gente saísse de lá.
- Na sua casa ou na minha? - Eu disse decidida e com desejo.
Ele pareceu se assustar com a pergunta, pois me olhou um tanto atônito. Talvez ele tenha se sentido intimidado com meu ultimato, afinal, o primeiro passo foi dado por mim e esse não era meu papel, mas eu o interpretei.
- Que tal no meu carro? - ele piscou e apertou suas mãos contra minha cintura.
Eu o olhei, e desta vez quem se assustou fui eu. Era real? Só podia ser zoação da parte dele. Notei a dúvida no seu rosto e vi que não se tratava de uma brincadeira.
- Eu não vou me expor, o desejo é forte, mas não a ponto disso. - eu desviei o olhar, esperando suas desculpas, mas não as obtive.
- Conheço uma rua pequena, escura, com segurança, meu carro tem ar condicionado. Claro que não é o motel que você merece, mas garanto que vai ser bom.
Respirei fundo para não virar um tapa na cara daquele pedaço de mal caminho, que estava mais para um cafajeste que se acrescentaria na minha lista.
- Acho melhor você ir para sua casa e eu para a minha. - eu o afastei com as mãos em seu peito e ele se aproximou novamente.
Ele queria aquilo tanto quanto eu, e em seus olhos eu vi que não desistiria fácil. Então, antes que eu pudesse lhe dizer alguma coisa, senti seus dedos calarem qualquer palavra que sairia de minha boca, sua respiração foi ficando mais próxima e ele encostou sua boca na minha orelha, me fazendo sentir um arrepio longo.
- Se bem que aquele hotel cinco estrelas não fica tão longe daqui. - falou do jeito mais sexy possível, me pressionando contra seu corpo, me fazendo morder o lábio inferior.

Capítulo 02

Ele tomou a minha mão e me levou a caminho de uma noite inesquecível. Seu carro cheirava a carro novo, é algo que invade o nariz e percorre diversos circuitos mentais de prazer, como um veículo zero percorre uma pista oval. Não há como falar que cheiro de carro novo é parecido com algum outro cheiro. Como o cheiro dele. Não, não é algum perfume dele, aquele líquido em um frasco, mero coquetel cítrico ou adocicado demais e sem alma. É o cheiro dele que é incomparável. E olha só, até o carro dele me encantou. O silêncio predominou o momento. Sua mão direita livre, tão fria, pousou em minha coxa e em seguida entrou em minha blusa, me causando uma sensação eletrizante. Meu corpo estava quente e o dele também, eu chequei. Suas mãos pareciam que foram mergulhadas em um balde cheio de gelo, eu tive certeza assim que elas acariciaram meu rosto. Mesmo com certa dificuldade, um sorriso involuntário surgiu em meu rosto, eu já estava me deixando levar pelos seus encantos. Ouvi a voz da razão em meu subconsciente, dizendo que era apenas uma transa e carinhos. Bem, carinhos não fazem parte, mas nem todo homem é igual. Era pra ser selvagem, era pra ser fora da lei, era pra ser perigoso, e não meloso e delicado. Automaticamente o sorriso sumiu de meus lábios, o silêncio tomou conta do momento de novo, até que chegamos à recepção.
- Qual é o quarto que o casal vai querer? – a recepcionista perguntou. Permaneci imóvel, sem optar em nada; eu o queria logo, e a essa altura eu era capaz de tê-lo ali mesmo. Poderia ser em um quarto qualquer, mas ele preferiu o melhor. Ambos queríamos uma noite inesquecível – e muito cara, por sinal.
- Desejamos uma suíte e, por favor, a mais luxuosa que tiver. - disse com firmeza nas palavras, e aquilo fez com que meu fogo se acendesse, ele estava disposto mesmo a pagar um absurdo por uma transa com uma desconhecida.
Ela entregou as chaves enquanto eu a fuzilava com o olhar. Casal? Estava na cara que era apenas uma noite e depois nem telefone trocaríamos. Era notável que não éramos um casal e que no outro dia não iria nem lembrar seu nome; para falar a verdade, nem o nome dele eu sabia. Notando minha alteração de humor, ele segurou meus cabelos e me beijou com o mesmo fogo de minutos atrás. Subindo as escadas, eu o ataquei, arrancando seus primeiros gemidos com sexo oral. Deixei que ele sentisse seu próprio gosto e lhe dei um beijo ardente, recebendo elogios de que minha boca era quente. O livrei de suas calças e tênis. Sem julgamentos, qual o mal de ir para cama com um desconhecido? Isso não faz de mim uma piranha, assim como não fará dele "o cara".
Chegamos na suíte, ele me abraçou e carinhosamente me beijou. Seu beijo desta vez era doce, adocicado de prazer. O sentimento parecia invadir nossas salivas e isso me instigou, estávamos nos esquecendo do nosso objetivo e, para me manter no foco, fui tirando sua camisa. Ele captou minhas intenções de imediato e fez o mesmo com minhas roupas. Seu cheiro inundava meu corpo, adentrava minhas narinas, desciam por minha traqueia e perfumavam até meus pulmões. Seu cheiro vai muito além. Entra pelos meus poros, impregna-me, chega a cada centímetro de minha pele, eriçando pelo por pelo e despertando em mim instintos primordiais.
Instintos selvagens, rudes, grotescos e ao mesmo tempo delicados e carinhosos. O cheiro que ele exalava percorria o meu corpo, músculo por músculo. O sangue fervia, preenchendo cada canto vago, e se não fosse pela solidão, estariam desocupados. Mas permaneciam vazios, até o cheiro adentrar e expulsar toda aquela energia negativa de mim. Um rio de desejos me inundava como um vulcão prestes a entrar em erupção. Seu caminhar, tão suave, sexy e decidido, me desconsertava, fazia com que todas as regras fossem quebradas, até mesmo a principal: uma noite e nada mais. Sua pele tocava a minha. De repente é como se dois hemisférios de um único ser se tocassem pela primeira vez em longos anos. De repente é como se o simples fato de eu existir fora dele fosse absurdo e infeliz. Seu toque era macio e ao mesmo tempo indelicado, era desesperado e ao mesmo tempo calmo. Sua mão se moveu até a minha nuca, agarrando as raízes do meu cabelo com o seu punho. A outra mão facilmente encontrou meu pulso, colocando meu braço ao redor de seu pescoço. O mundo ao redor já não existia mais. Enquanto as carícias aconteciam, sem perceber, eu ia dizendo poesias ou fragmentos que lembrava, mas ele mal sabia que eram textos meus.
" Você passa a vida pensando que ninguém nunca será capaz de te dominar, até olhar para os lados com desinteresse e algo lhe prender o olhar. Ao piscar os olhos, o cheiro de bobagem te invade e seu autocontrole vai para os ares. Aí, quando você percebe, já é tarde demais, você está lá com os braços envolvidos em outra vítima do cupido e sequer sabe como chegou até ali." Sussurrei, sussurrei e nada. Ele apenas observou as palavras saírem da minha boca, formando uma canção de fundo para o nosso prazer ser mais proibido, a coisa toda estava fora do contexto. Eu estava inteiramente domada por aquelas mãos tão frias e delicadas a cada toque, aquele sorriso pra lá de branco e aquela voz suavemente rouca. E eu que jurei nunca me apaixonar novamente. Meus olhos estavam pesados, minha boca estava seca e uma sensação de estar nas nuvens predominava em mim. Foi como se meu corpo não me obedecesse mais, não resistisse àquele encontro de desejos. O calor irradiado pelo seu toque moveu-se como uma onda, um tsunami de sentimentos não descobertos por mim, uma explosão de desejos, desejos que antes era apenas sexual e que estavam tomando um rumo totalmente diferente.

Capítulo 03

A boca dele estava na minha, sua língua percorria dentro da minha boca e me deixava zonza. Suas mãos puxaram o meu corpo contra o seu com delicadeza e ao mesmo tempo com uma violência sutil, e foi aí que me despedi de meu sutiã. A boca dele desceu para meus seios e os sugou de uma maneira que eu achei deliciosa, deixei que meu corpo se desmanchasse naqueles braços fortes. Não conseguia pensar em nada, apenas sentir, sentia tudo e mais um pouco. Ele me deitou na cama e sua boca foi percorrendo todo meu corpo. Acariciou cada curva de meu corpo, inclusive o clitóris, e massageou com um dedo minha intimidade, que já se encontrava molhada. Num movimento de entra e sai, passou a se deliciar com aquela carícia, me arrancando suspiros. Decidiu se aprofundar mais e começou a lamber o mesmo, eu, enlouquecida, gemia feito louca, apertando seus ombros, e ele me olhava, se divertindo com a situação.
Sentia medo misturado com prazer, e isso só aumentava o tesão. Eu o queria pra ontem, o afastei com minhas pernas fazendo com que ele se deitasse, me deixando totalmente no controle. Engatinhei até seu membro, deixando meus seios à mostra, mordi meu lábio inferior ao vê-lo fazer o mesmo, guiei minha boca até seu membro, o selei e em seguida coloquei apenas a cabecinha dentro da boca, que pulsava de anseio. Meu fôlego estava sendo retomado para lhe dar outro beijo ardente, até que fui interrompida. Sua voz estava atrapalhada e ele conseguiu dizer com dificuldade que algo precisava ser dito. Já comecei a pensar nas possibilidades, e a primeira que veio à minha mente era que ele era gay, mas respirei fundo e o deixei à vontade para falar.
- Sou inexperiente. - com todas as letras, sem deixar faltar nenhuma.
Como um homem daqueles poderia ser inexperiente? Com um beijo quente daqueles e com aquela pegada fatal! Eu estava incrédula. Ele só poderia estar brincando comigo, só o seu toque já me fazia delirar, o seu beijo me causava frio na espinha, ele não tinha cara de inexperiente, pelo contrário, ele me pareceu foi mais um pegador de balada, que pega todas e acaba arrastando elas para um canto qualquer mesmo, mas não... Ele não era desse tipo, poderia até ter cara de ser, mas, como dizem, as aparências enganam.
- Você o quê? - e uma risada tomou conta do quarto inteiro, até aquele casal fogoso do quarto ao lado parou para ouvir.
- É, moça, só quatro mulheres puderam desfrutar desse corpinho aqui. - apertei os olhos ao vê-lo encaixar as pernas em torno de mim, deixando nossas intimidades se encontrarem.
- Você só pode estar brincando. – estremeci, pressionando mais ainda seu membro em mim.
- Não estou, mas pode ficar tranquila que dou conta do recado.
E quando eu vi, ele já havia tomado o controle. Eu estava jogada naquela enorme cama enquanto ele segurava os meus punhos para cima, deixando seu corpo inteiramente colado ao meu, beijava cada centímetro do meu corpo enquanto eu me contorcia. Pude senti-lo acariciar meus seios enquanto sua boca me enlouquecia com sussurros ao pé do ouvido. Meu corpo pedia por ele, eu o queria não só perto, mas também dentro de mim, me fazendo ir à loucura. Queria senti-lo bombear. Ele me beijou com todo o desejo guardado, com todos os prazeres que nenhuma das quatro mulheres puderam proporcionar a ele, com toda maior vontade do mundo, com todo o calor possível. Como aquele homem de mãos tão frias pudesse ter um beijo tão quente? E a dúvida ficou no ar. Nossas respirações estavam falhas e o calor dele se dirigiu todo para abaixo de minha cintura. Seus braços seguravam minhas coxas, apertando-as. Ele adentrou aquela língua tão quente em minha amiguinhajá encharcada de tesão, amenizando suas mãos tão frias deixando roxas minhas coxas. Então, um calor instalou-se na área tocada. E em movimentos circulares, usava a ponta de sua língua para estimular meu clitóris, sua saliva se misturava com meus fluídos que ele sugava com tanto gosto. Então ele enfiou sua língua em meu sexo, abocanhando-o todo, estava se deliciando, me fazendo apertá-lo contra mim. Eu puxava sua cabeça, controlando a pressão que me satisfazia enquanto ele todo faminto me chupava com vontade. Ele tinha, na ponta do seu dedo indicador, a minha pérola. A pérola, a respiração e o meu auto controle. Não demorou muito para que meus gemidos se tornassem frequentes e que eu o molhasse todo num gozo intenso. Os lençóis haviam sido arranhados, assim como suas costas.
Nossos olhos faiscavam de tesão. Sua boca estava na minha, minha boca na sua, mãos bobas percorriam cada curva de meu corpo e as minhas percorriam as dele; a curva mais bonita, sem dúvidas, era a de seu sorriso. Fizemos uma troca de prazer. Na verdade, aquele momento estava sendo uma troca de sentimentos, sensações e medo de talvez ser feliz, se entregar, ser de alguém. Eu não sei! Só sei que nós fechamos lentamente os nossos olhos, o sangue fervia, fervia também a carne, a pele e nosso desejo.
Estava tão bom perder meu autocontrole, que eu, louca de prazer, gritava. Gritava sem parar, gemidos altíssimos, até que o recepcionista telefonou para nosso quarto e disse:
- Senhor, por favor, peça para sua companheira gritar mais baixo, os outros clientes estão reclamando!
Se eu fosse uma boa moça até que eu acataria a ordem, mas, com aquele homem todinho na minha frente fazendo aquelas loucuras que homem algum havia feito em mim, fiquei mais louca ainda.
- Você é louco. - eu disse, arranhando sua barriga após os gemidos cessados.
- Eu, louco? - ele me hipnotiza com o olhar.
- Isso mesmo. - cravei as unhas abaixo do umbigo.
- Eu não sou louco. Louca aqui é você, doida por mim, querendo-me incansavelmente.
- Você mente. - tentei não mostrar interesse.
- Eu? Além de louco sou mentiroso?
- Você finge ser louco para me enlouquecer e me chamar de louca. - encarei seu olhar.
- Me beija logo e para de falar besteira.
Suas mãos enroscaram em meus cabelos e ele fez questão de mordiscar meu lábio antes de tornar o beijo mais rápido. Inclinei seu corpo para trás sem desunir nossos lábios, fazendo as costas dele tocarem o colchão. Deitei sobre seu corpo, afastei suas pernas e fiquei no meio delas. Grudei meus lábios no seu ouvido, sentindo cada poro de seu corpo arrepiar.
- O que está sentindo, estranho? – falei com toda voz rouca por consequência dos gemidos altos, sentido seu autocontrole evaporar.
- , por favor.
- Diz o está sentindo, Louis. - insisti, percebendo o choque que me causou tendo seu nome revelado.
- Digo se você disser seu nome.
Pensei em todos os nomes femininos possíveis e fiquei entre Alice e Ana, no fim acabei optando pelo meu.
- (S/N), meu amor.
- Repita.
- (S/N).
- A outra palavra.
- Meu amor.
- Seu.
Nossas risadas surgiram juntas, estávamos à vontade um com o outro, jamais ninguém foi capaz de me deixar assim.
- Então, o que está sentindo, Louis?
- Tesão, (S/N) – sussurrou com dificuldade – Deixa eu gozar pra você – ele agarrou meu pescoço, prendendo a minha respiração próxima ao meu ouvido.
- É o que você quer? – perguntei com o tom mais malicioso possível.
- Quero o seu amor – buscou meu olhar ao dizer essa frase.
Caras como ele nunca procuravam meu olhar para dizer besteiras, foi então que percebi que não existia caras como ele, ele era único e todas aquelas palavras não eram besteiras, eu não poderia deixá-lo ir embora depois daquela noite, eu deixaria tudo se ele ficasse. Ele era diferente, tinha que ser, não teria o porquê de não ser, não é qualquer um que deixa de encarar os meus peitos para fixar o olhar aos meus olhos tão perdidos na escuridão. Meus olhos brilhavam como nunca haviam brilhado antes. Ele se sentou, beijando minha testa e eu, avistando sua carteira, peguei uma camisinha, colocando nele. Sorri sem vergonha alguma. Estávamos próximos, centímetros separavam nossas intimidades, mas logo nossos sexos se encontraram. Quando ele entrou em mim, eu simplesmente me contraí. Ele fez movimentos de vai e vem enquanto suas mãos deslizavam em minhas costas como um patinador no gelo, um skatista na pista, um surfista na onda, deixando claro de que era a superfície mais prazerosa que havia tocado. Nossos corpos se sacudiam num orgasmo profundo, aumentávamos os movimentos dos quadris à medida que aumentavam nossos gritos de prazer. Logo eu já estava viajando para um mundo tão sonhado por mim, um mundo onde não tinha preocupações, apenas sensações que tanto desejei sentir. Quando ele acertou “aquele” lugarzinho, ele tinha tudo de mim, inclusive meu autocontrole que já tanto o desafiara. Mas, hoje, eu o perdi, eu não aguentava, eu estava toda contraída, meus dedos marcavam os ombros dele e ele ia entrando em mim, cada vez ficava melhor, meus olhos apertavam-se, eu conseguia sentir meu próprio cheiro. Até que tudo parou, uma paz me acertou e eu relaxei completamente. Chegamos ao orgasmo juntos, num sincronismo perfeito, e gozamos, gozamos, gozamos. Mas ainda não estávamos saciados, trocamos a posição, tive meus pulsos aprisionados, meus lábios beijados enquanto tentava reestabelecer a minha respiração. Arfávamos juntos, nossos corações inquietos pareciam querer saltar de nossos peitos, querendo se encontrar e assim, então, se apaixonar. Palpitavam na mesma sintonia, formando uma melodia que nossos ouvidos eram incapazez de escutar. Era um momento sem defeitos, nos olhamos assustados com a energia daquele orgasmo. Era como se não precisássemos nos tocar para sentir aquele prazer, mas eu precisava tocá-lo, necessitava decorá-lo inteiro, cada detalhe. Eu o queria, era algo muito além do coração, eu o queria em minha memória, gravado no toca fitas velho do meu cérebro e quando eu ordenasse que ele tocasse, seus sussurros teriam passe livre para invadir minha alma. Ele parecia querer o mesmo e sentir até muito mais do que eu. Meu corpo foi tocado novamente pelas suas mãos ligeiras, que passeavam com facilidade por cada parte minha. Visualizando minhas expressões, afastou minhas coxas, fazendo com que eu me inclinasse para trás, esperando por mais gritos de loucura. Senti sua língua quente passeando pelo meu sexo, aprovando aquela loucura, os lençóis foram arranhados outra vez. Ele percorreu as minhas coxas com os lábios, depositando beijos a cada espaço ainda não arrepiado. A ponta de seu dedo tocou em meu clitóris e eu sussurrei pedindo mais; sem delongas, dedos mergulharam dentro de mim de uma só vez enquanto ele gemia ao sentir que foi recebido por uma vagina que latejava de desejo. Os meus sussurros e gemidos se intensificaram ao senti-lo me penetrar com mais força, o recebi com toda intensidade aguardada para aquela noite, rebolei entre seus dedos, inclinando o quadril para frente, buscando sua boca. Encontrei-me com seus lábios, dando permissão para continuar. E, de variação em variação, fizemos tudo o que a nossa imaginação permitia.
- Também te quero, Louis... – sussurrei ofegante, sentindo seu corpo estremecer. Estávamos contaminados pelos feitiços um do outro, não havia mais antídoto que pudesse nos salvar. Estávamos cegos pelos orgasmos que podemos proporcionar um ao outro, e já era tarde para desmentir os fatos, era hora de encará-los e nos entregar de vez à tentação de amar. O perigo nos chamava e os nossos beijos não o desvia, pelo contrário, o invocava ainda mais. Seu corpo se elevou, ficando exposto aos meus olhos ardentes de prazer, minhas mãos famintas logo trataram de satisfazer seus órgão genital. O puxei pelos glúteos e nos encaixamos, gozando um para o outro em uma intensidade quase que surreal. Acabei deitada em seu peito e memorizando seu perfume, talvez ele fizesse o mesmo.
- Você é louco.
- Diga o motivo.
- Não se transa com uma desconhecida, não caras como você.
- Você não é desconhecida, eu sei seu nome.
- Além de louco, é mentiroso.
- Mentir para quê?
- Você manda muito bem.
- Eu disse que daria conta do recado.
- Fiz sexo por prazer e acabei terminando por amor.
- Para mim, sexo e amor caminham juntos. Só que raramente eles se esbarram, estão sempre no mesmo quarto que cheira a safadeza de motel, mas nunca é suficiente para se encontraram, tem que haver pontos entregados dos dois lados, aí eles se encontram, reunindo dois corpos em busca de loucura, e acabam encontrando tudo em uma única cama: amor, loucura, desejo, ternura. Mas o amor sempre está lá, esperando o momento certo para invadir o peito, esperando apenas um gesto para ser autorizado a atirar a flecha do amor correspondido. Mesmo que ninguém o veja, o amor estará lá. O amor esteve por aqui, e nós o permitimos entrar, fazendo a nossa vida mudar. Eu entrego os pontos e espero que você entregue os seus também. - ele disse, sem sequer piscar.
Eu estava paralisada com as palavras dele, ninguém nunca havia me dito algo igual, eu as vi saírem coloridas, verdades foram ditas.
- Eu desisto dessa minha pose de mulher sem sentimentos, tudo mudou quando eu vi seu sorriso causar efeito sobre mim. Eu desisto de meus porres de sexta e das bebedeiras de sábado, tudo mudou quando vi seu toque causar efeito sobre mim, tudo mudou quando entramos nesse quarto e vi o amor nos receber com um contrato já em mãos que dizia: assine aqui para ser feliz. Eu procurei você em muitos cantos, mas não imaginava encontrá-lo no fim de uma balada clichê da rua oitenta e três.
O som das minhas últimas palavras ainda estavam no ar quando ele me beijou apaixonadamente. O contato foi assinado, e tanto minha parte ruim quanto a boa, agora, pertenciam a ele também.
- Preciso te confessar uma coisa antes de completar minha assinatura. Eu a aceito assim, inteirinha, do jeito que você é, com suas manias e defeitos que ainda irei descobrir, mas preciso saber se irá me aceitar da mesma forma também.
- Fale, fale tudo. Estarei ouvindo como nunca quis ouvir alguém.
- Eu sou..
- Você é?
- Sou soro positivo, meu bem, não quero que saia correndo por aquela porta como se nada tivesse acontecido aqui, pois o amor aconteceu, ele nos uniu e veio para ficar, não leve isso em consideração, não sou um monstro, ainda sou humano e isso não irá te afetar.
Eu estava surpresa, muito mais assustada do que descobrir seu nome, mal sabia ele que a letra L era a minha preferida. Agora, o caso era muito mais sério, mas eu estava disposta a mergulhar de cabeça nessa loucura, não importando o medo e os riscos. Eu o queria perto, queria cuidar dele, eu me sentia nessa obrigação.
- Tudo bem, eu não me importo, existem camisinhas, certo?
- Certo, mas e se eu muito doente ficar?
- Eu cuido de você meu bem.
- Mas, se por um descuido nosso, você se infectar?
- Aí, a gente se cuida.
- Porra.
- O quê?
- O sexo virou amor.
- Virou.
O beijei, me sentindo realizada, como se tivesse acabado de ganhar na loteria. O homem perfeito, que tanto esperei para mim, chegou. Com o sorriso muito mais encantador do que imaginei, com o olhar muito mais brilhante do que ideei. Abracei-o, assegurando que nenhuma doença seria capaz de apagar a mágica que sentimos, nossas assinaturas estavam completas e o motel inteiro parecia gritar: sejam felizes para sempre. 

Um comentário:

Anônimo disse...

até chorei